As tuas palavras sobram

Passas e agitas a brisa que delira
e para ti sou sempre nova
A beberes nem me recordas
Bebes-me nos recantos em que me escondo
onde a água tem cor de vinho
e os ventos estão desatentos
E eu espero a chorar e choro um pouco mais
pelo meu homem tranquilo e transparente
que me deseja num desejo mal contido
Apagas o gosto da noite triste e lenta
e tragas as horas que findam já gastas
em nevoeiros e desencantos demorados
Desalgema-te das minhas mãos
Todos os dias imperfeitos são meus eleitos
porque a tua perfeição era mentira.